ESTRADO
Emil Nolde
Quem dera,
Fosse verdade a quimera!
A ruga que franze a testa,
esmoreceria breve.
No estrado erguido pelo descontento
Segue a vida mal servida
Caminho de chuvas e ventos
Desfazendo a longa marcha
do pensamento.
No estrado erguido pelo descontento
Segue a vida dividida
E o tempo tirano a perseguir
No corpo a corpo dos dias
O amor resistente,
Que resiste,
em fortaleza.
Quem dera,
Fosse verdade a quimera!
Nada desbotaria o lúdico
E o tempo tirano
Não resgataria o medo
de um final verecundo.
Um comentário:
Marcinho... Amei as poesias! E já comecei a divulgar... se me permite! Parar um tempo prá desfrutar de seu blog, me lembra uma história de Rabi Nachman de Breslav. Conta que ele viu um de seus seguidores correndo apurado:
“- Já olhou para o céu esta manhã?”- Perguntou o Rabi.
“ - Não Rabi, ainda não tive tempo”.
“- Acredite-me, tudo o que você vê à sua volta estará extinto em cinqüenta anos. Haverá outra feira, com outros cavalos, outros negócios, pessoas diferentes. Eu já não estarei aqui e nem você.
Então o que é tão importante que não te dá tempo de olhar para o céu?!”
Entao... nada é mais importante que parar e ler suas poesias...
Beijinhos!
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