20 de nov. de 2016

POEMA DO COTIDIANO

foto arte: Márcio Jorge
















São 6 horas da manhã

Restos de sonhos permanecem acesos

E você aí sorrindo

Da minha cara atordoada

Por pensar que já terei de levantar outra vez

Hoje não há trabalho, nem corrida matinal,

Nem viagem que precise de tal sacrifício

Hoje só o nada a fazer me espera,

Só o vazio do pensamento fugaz,

Só a missão de encontrar descaminhos,

De amanhecer repleto

Das bagatelas de um poeta

 

São 6 horas da manhã

Não quero que as incertezas do medo

Atrapalhem os anseios que tenho

De ganhar o dia cheio de “nadas”  

Que meus ouvidos não escutem as tormentas

E que o som da minha voz seja recompensado

Com um belo sorriso de cristal

O silêncio agora se compõe

Como quero que seja daqui por diante

Ou pelo menos nas próximas horas     

Não, talvez permita que uma canção desponte

E traga a paz das reminiscências                

Que chegará para construir o momento

Ou quem sabe o conforto dos arvoredos.

 

São 6 horas da manhã

Brinco com a preguiça de viver

De não ter planos para o futuro imediato,

Mas de ter você ainda aqui  

Mergulho naquele poço profundo de luz

Que emerge dos sussurros do livro de poemas

Sim, aquele que ainda não terminei de ler

Para não desfazer a sinergia

Preocupação descabida nesta liberdade tamanha

Outros virão como sempre

Para me resgatar do inconcebível mundo real

Por que não falar das fugas?

 

São 6 horas da manhã

Do dia seguinte aquele que elegi como favorito

Não tenho mais você mirando meu sono

Nem sequer percebi quando levantou

O cheiro do café já vem de longe...

Se desejo prorrogar o minuto

Nem poderei sonhar novamente

Está na hora de voltar.         

 

 

12 de nov. de 2016

FECHADO, O SINAL!

foto arte: Márcio Jorge

















Parado está,
Estamos
Então, vejamos
Se parado ficaremos
Ou simplesmente
Esperamos             
Abrir o sinal 
Vermelho
Será?

É vero!
Parado está,
Estamos
Até a onda chegar,
Até o fogo queimar,
Até a parede ruir.

É o fim da picada!