9 de mar. de 2009

  ESTRADO

Emil Nolde 


Quem dera,

Fosse verdade a quimera!

A ruga que franze a testa,

esmoreceria breve.

 

No estrado erguido pelo descontento

Segue a vida mal servida

Caminho de chuvas e ventos           

Desfazendo a longa marcha

do pensamento.

 

No estrado erguido pelo descontento

Segue a vida dividida

E o tempo tirano a perseguir

No corpo a corpo dos dias

O amor resistente,

Que resiste,

em fortaleza.

 

Quem dera,

Fosse verdade a quimera!

Nada desbotaria o lúdico

E o tempo tirano

Não resgataria o medo

de um final verecundo.


Um comentário:

Unknown disse...

Marcinho... Amei as poesias! E já comecei a divulgar... se me permite! Parar um tempo prá desfrutar de seu blog, me lembra uma história de Rabi Nachman de Breslav. Conta que ele viu um de seus seguidores correndo apurado:
“- Já olhou para o céu esta manhã?”- Perguntou o Rabi.
“ - Não Rabi, ainda não tive tempo”.
“- Acredite-me, tudo o que você vê à sua volta estará extinto em cinqüenta anos. Haverá outra feira, com outros cavalos, outros negócios, pessoas diferentes. Eu já não estarei aqui e nem você.
Então o que é tão importante que não te dá tempo de olhar para o céu?!”

Entao... nada é mais importante que parar e ler suas poesias...

Beijinhos!