27 de fev. de 2014

PARA FALAR DO TEMPO
 
foto: Márcio Jorge









Versejo sobre o tempo
Toda angustia de não o ter em domínio completo 
Serão teus os meus passos?

Lembro de repente,
Do segundo que falta
Para beber a última gota de vinho
É agora!
É pra já!

Sem pausa, rumo para a última página
Mesmo que o pretérito seja imperfeito!

Versejo sobre o gesto de versejar
Sobre o tempo...

Aquele que se vê passar pela janela
É também o que compõe a canção
No conta-gotas dos dias,
Na espera da estação,
No lado de lá da fronteira,
Na morte e apogeu da paixão

Tempo, tempo, tempo!
Esparramado, perdido, achado, espremido,
mal cuidado, intrometido, pouco, inventado, dividido,
transformado, muito, interativo!

É possível que me leves assim?
Sem ao menos o teu plano de fuga conhecer?
Mas como diz um velho amigo irmão:
“Temos todo tempo do mundo” 
Será cara?
Acho que não!

                                                                                    poema dedicado a Uber Alves
                                                              (depois de um papo filosófico sobre o tempo)