2 de nov. de 2009

Van Gogh

ELO

Em vaga manhã toada,
A vista nua redescobre
O azul do céu de estrela única,
Brilhando comovente
No desejo da carícia plena.

Talhar a forma perfeita
Faz palpitar o menino,
Aflito,
Pela delicada ponta de estrela
Nos seus braços franzinos,
A pedir um afago suave
Envolto em rosa
Em canto que ecoa distante
No orgasmo da noite bela.

Alteiam os espasmos de êxtase
E as minguas de ciúme atropelam o menino
Displicente sobre a areia fina,
Adormece repleto
No seio ímpar.

Espuma morna do corpo infinito
Braços do mar a trazer o destino
Em verso, em prosa, em canção
No risco da débil tormenta
Sem sepultar o coração.

Abre-se a ternura
Em pétalas túrgidas
Soltas pelo ar de paixão
Profundo extravio,
Entornando o orvalho atrevido
Aonde caminha o amante menino
Sob o lampejo da estrela única.

Nenhum comentário: