ÍNFIMA ODE AO POETA ESSENCIAL
para Manoel de Barros
Mergulho profundo no raso do fundo
No fundo, no fundo
As insignificâncias levantadas aqui,
Não estão no fundo.
O canto das cigarras está em algum lugar,
No fundo, no fundo
As insignificâncias levantadas aqui,
Não estão no fundo.
O canto das cigarras está em algum lugar,
No raso?
No fundo?
No fundo?
A goiaba na beira do rio
Faz voar as mariposas,
O raio do sol nascente
Faz chegar os passarinhos,
A formiga no meio do tronco
Faz a paisagem completa,
A falta de assunto
Faz o poeta acordar de sua inexistência.
Como é bom deitar na rede,
Suspirar de preguiça
Ser a grandeza da poesia ínfima
No fundo, no fundo
Abracemos o mundo!
Márcio Jorge
Faz voar as mariposas,
O raio do sol nascente
Faz chegar os passarinhos,
A formiga no meio do tronco
Faz a paisagem completa,
A falta de assunto
Faz o poeta acordar de sua inexistência.
Como é bom deitar na rede,
Suspirar de preguiça
Ser a grandeza da poesia ínfima
No fundo, no fundo
Abracemos o mundo!
Márcio Jorge
foto: Márcio Jorge
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