15 de jan. de 2016

SOPRO DO TRANSE

Oswaldo Guayasamín











No transe do não ser
A semente do oculto germina
E do mergulho único
Sem contornos nem limites
Surge o mel da manhã
Com cheiro de girassol
E aves decorando arbustos
A entrega é sempre inexplicável
Não possui medo
Nem sequer o tangível
Move curvas repetidas
Desce em rampas retilíneas
Vai roçando na pele de pêssego
No transe do não ser
A semente do oculto germina
Cai na prata dos perdidos,
Sede de estar livre
Na lonjura de si.  

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para Clarice Lispector


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