29 de mai. de 2010

Camille Pissaro

PAISAGEM INVENTADA

Luz de candeia acendeu
No mato arrepio de vento
E a voz do sossego sussurrou no ouvido-martelo
O rouxinol nem sequer apareceu
Voou sorrateiro,
Apaziguando quase tudo
Que pudesse estar em pranto
Leve, muito leve
Foi-se o pensamento
Numa folha amarelada
Em contraste com o solo enegrecido
No cume de um outeiro
Comovo-me com a água
Que escorre no leito da paisagem inventada
Quem dera ser o pó do caminho
Figura cravada no barro
De manhãzinha
Entre raios de sol
E passos de formiguinhas
Não sei o que penso
Deito na relva
E viro pedra novamente.

4 comentários:

Amanda Julieta disse...

Você construiu uma imagem muito bonita. Gosto de vir aqui, gosto de me abastecer com sua poesia. Gosto de você. Gosto de teus versos, da beleza que há em cada palavra.

Beijos, querido

Amanda Julieta disse...

Embora eu seja uma leitora desnaturada (risos), ando sempre por aqui. Poste mais, poste mais! Suas palavras fazem falta!

Beeijo, querido

Flávio Borgneth disse...

Musgo de pedra, silencio das árvores, bichos tristes. No chão moram bonitos. Parabéns por encontrar-se nas pontas das folhas e nas coisas dos rios.
Volto!

Adriana Alves disse...

Que lindo.