Camille Pissaro |
PAISAGEM INVENTADA
Luz de candeia acendeu
No mato arrepio de vento
E a voz do sossego sussurrou no ouvido-martelo
O rouxinol nem sequer apareceu
Voou sorrateiro,
Apaziguando quase tudo
Que pudesse estar em pranto
Leve, muito leve
Foi-se o pensamento
Numa folha amarelada
Em contraste com o solo enegrecido
No cume de um outeiro
Comovo-me com a água
Que escorre no leito da paisagem inventada
Quem dera ser o pó do caminho
Figura cravada no barro
De manhãzinha
Entre raios de sol
E passos de formiguinhas
Não sei o que penso
Deito na relva
E viro pedra novamente.