25 de jan. de 2010

Piet Mondrian
















NOSTALGIA VERDE

Bela como era
Não mais transita
Onde habita
Asas abertas,
Coloridas,
Expostas
E tantas vezes despidas
Fechadas na liberdade roubada
Pelo rústico instinto
Que penetra,
Tritura,
Afoga...

Lágrimas escorridas
Sangue na seiva
Nos velhos troncos
Velhas testemunhas...

Das queimadas,
Só se for a folha seca
Esturricada,
Atirada ao solo ardente
Seca,
Pelo sol seco.

Das caçadas,
Só se for a natural seleção
Naturalmente pura,
Discreta parte do reino ferido
Mendigando socorro,
Rastejando pelo que resta.

E o verde virou nostalgia
Como se fosse dezembro
Último dia,
Último sonho,
Fim de festa.

2 comentários:

Anônimo disse...

Meu grande Amigo e Irmão,

Como sempre somente poetas para entender poetas.Mesmo com a redudância, quero te dizer que
sempre fostes meu irmão.Lindo texto.abraço Wellington

Amanda Julieta disse...

"e o verde virou nostalgia
como se fosse dezembro".

caramba, Márcio, que lindo isso! estou tocada pelas suas palavras, estou com você.
belamente, seu poema mistura sua força e sua delicadeza.

beijos,
amanda.