3 de jan. de 2009


ENTRE VARIÁVEIS


Somos sós,
Dentro da multidão
E no intruso vazio que nos cerca

Somos livres,
Atados pelo nó apertado
E pela palavra concreta
Que já não assola o medo

Somos inteiros,
Um caso a parte
Parte partida ao meio
Em cacos perdidos e feridas vivas

Somos guerra,
Um paraíso confuso
Então,
Cadê o pecado?
Eu digo
Juro que confesso
Sem Deus
E sem profeta
Declamo agora:


Somos arte!


foto e texto: Márcio Jorge

2 comentários:

Paixão, M. disse...

somos arte, graças aos deuses :)
gostei demais das palavras e da fotografia.

quanto aos olhos claros, claro! há exceções ;)

bjo!

Alan Oliveira Machado disse...

Não sei porque,talvez pela solidão evocada, ao ler este belo poema, que se equilibra entre a melancolia e suavidade, lembrei-me de uma canção poema que compus em 1996 chamada "Confissão de Narciso": "não adianta crescer, aparecer/
se eu só gosto de mim, em você...
Se em você eu só gosto dos cacos/
de espelho por onde me vejo/
sendo que o resto é moldura ofuscada/
pelo fascínio, pela loucura/
que minha imagem me causa...
não adianta chorar, nem ficar assim/
em você... em você...
em você, eu só gosto de mim...