Amanheceu,
Como tão livre sonho
Estende-se até agora?
Foi-se então
Como já fora
E como já voltara
É realista o fim surreal
Fecho as janelas
Fortes e corajosas
Ultrajam a luz do sol
E não deixam refletir
O fim nem o começo
É provocante
É indecente
É apenas outra vez...texto: Márcio Jorge
ilustração: Joan Miró
AÇOITE Cândido Portinari
A noite extravasa o meu verso,
A ira trafega em veias suntuosas.
A palavra invade o meu silêncio
E os capilares ordenham o sangue
Em cada esquina que se ouve as baionetas
Ou serão meros torpedos?
Quem apostará?
O açoite não veio da noite
Mas de um dia claro Por demais claro...
Márcio Jorge