DANÇA
PARA UM POEMA
O poema sempre se diverte
quando o desperto para dançar
não importa o que dirão as palavras
tampouco se os versos caberão
em alguma canção-passarinho
O poema sempre se diverte
porque sabe que irá roubar o momento
arrebatando de primeira
a sedução macia de vento
no balançar constante dos arvoredos
Como se pudesse (e pode)
desnudar a alma alheia
dança ao escutar o som de fruta caindo no mato
e da sinfonia de rio passando ao longe
Na sua dança infinita
faz-se vento, fruta, mato e rio
O poema sempre se diverte
mesmo que não haja música
...
Ilustração: Paul Gauguin
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