31 de jul. de 2016

ALÉM DO FIM

Henri Matisse


Um dia, voltaremos ao chão
Ou seguiremos como cinzas
Lançadas ao vento
Não seremos muito
Nem tão pouco
Caberemos no espaço oco
Onde for possível assentar.

Não fará mais sentido
O castigo,
O toque de pirraça,
A mordida,
O brado das vozes perdidas,
O golpe da foice,
A boca ferida.

Além do fim, só restará sentir
A leveza da alma que viaja
Ao encontro do mistério bendito
Que aqui não se vê com clareza
Apenas se advinha
Assim como charada,
Assim como torcida
Num jogo inacabado.    


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