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| Henri Matisse | 
Um dia, voltaremos ao chão
Ou seguiremos como cinzas
Lançadas ao vento
Não seremos muito
Nem tão pouco
Caberemos no espaço oco
Onde for possível assentar.
Não fará mais sentido
O castigo,
O toque de pirraça,
A mordida,
O brado das vozes perdidas,
O golpe da foice, 
A boca ferida.
Além do fim, só restará sentir
A leveza da alma que viaja
Ao encontro do mistério bendito
Que aqui não se vê com clareza
Apenas se advinha
Assim como charada,
Assim como torcida 
Num
jogo inacabado.     

