13 de out. de 2009

Georges Rouault


PONTO FINAL

Aqui o vento não guia
O sopro não arrepia
O santo padece.

Aqui o verso não rima
O banjo não toca
O cárcere cativa.

Aqui o beijo não é na boca
A língua não lambe
O mosquito agradece.

Aqui não há vagas,
Não há luas,
Não é o começo de nada.

Aqui o verbo não auxilia
A sílaba é única,
A palavra atrofia.