28 de jun. de 2008

Papo de Cinema

A CULPA É DO FIDEL – FRA/ITA (2006):

A vida de Anna de la Mesa (Nina Kervel-Bey), uma garotinha parisiense de 9 anos, sofre uma profunda transformação quando seus pais resolvem aderir a luta comunista e atuar no movimento para eleger Salvador Allende presidente do Chile. Com a vida pelo avesso, Anna enfrenta uma nova realidade e passa a entender o mundo de outra forma. Sensível, inteligente, questionador e bem-humorado, A Culpa é do Fidel mostra a trajetória emocionante de uma família européia que vive intensamente as reflexões filosóficas e as revoluções políticas da década de 70. Como se não bastasse a interpretação maravilhosa de Nina Kervel-Bey, o filme nos remete a uma avaliação de valores e ideologias, que faziam parte de uma época, na qual o exercício da solidariedade e a confiança em alguma forma de justiça social ainda era possível. Márcio Jorge

Direção: Julie Gavras.

Roteiro: Julie Gavras e Arnaud Cathrine, baseado em livro de Domitilla Calamai.

Elenco: Nina Kervel-Bey (Anna de la Mesa), Julie Depardieu (Marie de la Mesa), Stefano Accorsi (Fernando de la Mesa), Benjamin Feuillet (François de la Mesa), Martine Chevallier (Bonne Maman), Olivier Perrier (Bon Papa), Marie Kremer (Isabelle), Raphaël Personnaz (Mathieu), Mar Sodupe (Marga), Gabrielle Vallières (Cécile), Raphaëlle Molinier (Pilar), Carole Franck (Soeur Geneviève), Marie Llano (Anne-Marie), Marie-Noëlle Bordeaux (Filomena).

Duração: 100 min.

Imagens:





23 de jun. de 2008



MUNDO

Já se conhecia os soldados mucambos,
As balas perdidas,
O extermínio de anjos.

Já se conhecia o corpo blindado,
A chuva ácida,
O escudo queimado.

Sepultada a consciência,
Abrasivo é o alcance da náusea,
O inseto amiúde,
A muleta, a matilha, a muralha...

Já se conhecia o berro do bélico,
A camisa de força,
A hora da síncope.
Deslize, disfarce, desdém?

Calado o silêncio,
Zoeira é furo no feltro,
Hieróglifos em braille,
Uma rosa no asfalto.

Já se conhecia os templos sagrados,
O chão de esgoto,
O fundo do poço.

Já se conhecia as florestas nuas,
A súmula do jogo,
O sumo do boto.
Verdade, suborno, saudade?

Julgada a sentença,
Justa é a lâmina cravada no ócio,
O beijo na íris,
O cheiro, o cio, o sexo...

Já se conhecia o medo,
O transe do trauma,
A guerra, o plágio, o plano...

Trancada a porta,
Resta a lembrança,
A morte jurada,
A vulga esperança.

Já se conhecia o mundo
E o seu dia-a-dia...

Márcio Jorge

Curta Poesia

Salvador Dali

NA ILHA

Barco à vela
que me traz hoje
Um náufrago à deriva
numa ilha perdida,
Cheia de mim.



ERRÂNCIA

Na boca um chiclete vencido
Mascado com indiferença
Corrosivo sabor de hortelã
Ah! Ainda gruda este grude
Boca, palato, língua
(língua espremida)
Gruda.

Tudo se desfaz nessa tarde vazia
E um tiro a esmo atravessa a cidade
Com imensa contemplação.



PASSO A PASSO

Atenção,
Para o que quer dizer,
para o que quer saber,
Para o que quer querer,
para o que NÃO vai fazer!

Atenção,
Para qualquer buraco no chão!


Márcio Jorge



9 de jun. de 2008

Sobre os Comentários

Agradeço muito aos amigos pelo carinho demonstrado através de e-mails e comentários postados no próprio blog. O eco das nuvens é um espaço para textos, reflexões, fotos, dicas e muita poesia. Espero que continuem visitando e compartilhando comigo a trilha da palavra.
Beijo a todos! Márcio.



Veja quem já leu e ouviu o eco das nuvens:

Querido Márcio. Hoje, mais do que nunca, sei que o que dá sentido à vida é o amor. É o amor que produz o aconchego do mundo.Sinto-me feliz por fazer parte da tua vida e partilhar contigo os teus versos. Um grande beijo. Flávia

Caro Márcio, neste mundo de sísifos, que se compõe como tela diante dos meus olhos e que me compõe como carne inquietamente desejante, sempre me emociono com novas descobertas. O vate que se escondia por trás da cortina de timidez ou discrição que ora se mostra à flor da sensibilidade neste blog de muitíssimo bom gosto me causou essa emoção, esse espanto que limpa os olhos condicionados e remove a oxidação da sensibilidade. Me enche de alegria poder ler coisas boas de pessoas tão próximas... Há braços! alan machado

Marcio,
Seus textos são lindos e expressam a verdade
Flávia é uma pessoa muito especial!

Fico feliz em tê-los como amigos. Um grande abraço para vocês. Anairam e Líris

Marcinho, já visitei seu blog. Está maravilhoso! Você é de uma sensibilidade indescritível! Vou continuar visitando e divulgando!
Beijos, Paty

Marcinho,
Amei seu blog. Sempre surpreendente, bem pesquisado, lindas poesias, amei as fotos de Flávia. Tentei enviar um comentário, mas não consegui. Vamos almoçar amanhã?
Dena

Oi Marcinho, também achei muito legal seu blog. Muita luz para você.
Bj, Alê.

oi querido,adorei seu blog tá lindo!!! e suas poesias então...saudades. bjs rê.


Márcio,
Achei seu blog lindo! Gostei do da Flávia também. Sucesso e muita criatividade para vc, colega.
Godoy


Marcinho, demorei mais visitei o seu blog, e é claro... eu já sabia que encontraria algo tão bonito e especial como você, parabéns garoto, continue com seus sentidos ligados ao eco do mundo! Um beijão para você e sua Flavinha! Sara